Metrô, atrativo imobiliário desde 1952

Anúncio exaltando o metrô na Vila Aricanduva, em 1952

Anúncio exaltando o metrô na Vila Aricanduva, em 1952

Se você olhar apenas para a parte de cima do anúncio acima, publicado na Folha da Manhã de 1 de junho de 1952, pode pensar que é uma matéria da Folha da Tarde (cujo acervo não está disponível na internet). Mas é simplesmente um “recorte” de uma matéria de três dias antes, usado para mostrar os planos de obras de uma linha de metrô entre o Parque D. Pedro II e a zona leste, ainda naquele ano de 1952. Logo abaixo, onde o anúncio de fato começa, o texto é bombástico: “Fatos! Não palavras! …ainda este ano a construção do metrô para Vila Aricanduva.”

O bairro, objeto do anúncio, era alardeardo como “o mais jovem e já vitorioso arrabalde paulistano”, que já tinha construídas guias, sarjetas e galerias de águas pluviais, no ponto final da linha de ônibus Vila Carrão. As “olarias nas imediações” eram a única “facilidade para construção” listada no box com o mesmo título.

No fim das contas, os tais “fatos” foram “meras palavras”, o metrô só sairia do papel mais de vinte anos depois e demoraria ainda mais de trinta anos para alcançar o bairro. Não foram poucas as vezes que o metrô paulistano pareceu estar perto. E, claro, não foram poucas as vezes que essas notícias foram usadas para vender imóveis — inclusive antes de 1952, a despeito do título deste texto.

Alexandre Giesbrecht

Nascido em 1976, Alexandre Giesbrecht é publicitário. Pesquisa sobre a história do futebol desde os anos 1990 e sobre a história da cidade de São Paulo desde a década seguinte. Autor dos livros São Paulo Campeão Brasileiro 1977 e São Paulo Campeão da Libertadores 1992, já teve textos publicados em veículos como Placar e Trivela.

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1 resposta

  1. claudio disse:

    Bacana a pesquisa. Hoje, essa rua deve ser um prato cheio para assaltos e furtos de veículos!!!

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