Edifício Soberano, na Sé

Anúncio do Edifício Soberano, publicado em 1954

Anúncio do Edifício Soberano, publicado em 1954

Entrada do Edifício Soberano

Entrada do Edifício Soberano

O mais curioso do anúncio acima, publicado na página 50 d’O Estado de S. Paulo de 21 de março de 1954, é que, numa primeira leitura, o prédio não parecia ter um fim específico: “Adquira com facilidades a sua residência, escritório ou estúdio, a 150 metros do marco zero. (…) Para residir ou estabelecer seu escritório, consultório ou estúdio.” Mas, na última frase, dá para perceber que os apartamentos ficariam separados dos conjuntos comerciais: “Dois amplos elevadores ‘Atlas’ para servirem as residências e escritórios distintamente.”

Também chama a atenção o destaque que o anúncio dá para problemas de locomoção, como um bonde lotado, a longa fila para embarcar num ônibus e um congestionamento de trânsito, que mais parece um grande acidente. Já naquela época (como hoje), eram comuns anúncios exaltando a proximidade do empreendimento em questão com estações de trem, pontos de ônibus ou de bondes etc. Mas este seguia um caminho contrário, passando a pior imagem possível do transporte público e até de quem saía com seus carros para trabalhar. Tudo isso para mostrar que, ao morar no coração da cidade, não seria necessário nenhum percalço para se ir trabalhar.

Hoje em dia, os arredores da Praça Clóvis não são o local mais convidativo para se morar. O prédio ainda está lá, mas não consegui determinar se ainda é usado como moradia.

Fachada do Edifício Soberano

Fachada do Edifício Soberano

Alexandre Giesbrecht

Nascido em 1976, Alexandre Giesbrecht é publicitário. Pesquisa sobre a história do futebol desde os anos 1990 e sobre a história da cidade de São Paulo desde a década seguinte. Autor dos livros São Paulo Campeão Brasileiro 1977 e São Paulo Campeão da Libertadores 1992, já teve textos publicados em veículos como Placar e Trivela.

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