Desde há mais de um século, a vegetação em geral é maltratada em São Paulo. Sobrevive apenas por teimosia da natureza, diante de um verdadeiro tapete de asfalto e concreto que cobre boa parte da cidade, avançando no ritmo da gulodice financeira de construtoras, imobiliárias e tantas outras empresas. Mas nem todo esse poder é capaz de acabar com o verde por estas bandas. Este dente-de-leão solitário, no meio do estrito canteiro central da Avenida Nove de Julho, na altura da Alameda Lorena, representa isso muito bem. Por mais que os pesados ônibus passem a menos de dois metros, ele resiste bravamente, e nem o vento do deslocamento dos coletivos é capaz de espalhar suas inflorescências, ainda firmes ao caule.
Não deixa de ser um herói paulistano.
Vc realmente escreve bem!!! Orgulho!!!